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Conversa Rápida com Andra Monteiro
ROTARY BRASIL: Este mês você assume a presidência da Rotaract Brasil. O que isso significa para você e quais metas deseja atingir?
ANDRA MONTEIRO: Uma grande responsabilidade e desafio, pois vai além de ser mulher, tem o fator de inspirar e liderar mais de 9.000 pessoas que possuem sonhos e objetivos dentro do Rotaract. Não tem a ver com status ou cargo, mas com fazer de fato mudanças, e por isso uma das minhas grandes metas é diversificar a composição da equipe da Rotaract Brasil o máximo possível, não apenas na questão de gênero, mas de etnia, localização geográfica, orientação sexual, pessoas com deficiência. Só assim o maior número de rotaractianos se sentirá representado, tanto é que teremos uma Diretoria de Equidade, Diversidade e Inclusão voltada a auxiliar os distritos. Outras metas estão voltadas à nova área de enfoque do Rotary, o meio ambiente, assim como projetos em conjunto com a Interact Brasil e parcerias nacionais e internacionais.
Você conseguiu diversificar a equipe como gostaria? A maior diversidade é um desejo também do Conselho Diretor do Rotary International, assim como a equidade e a inclusão. De que formas o Rotaract pode colaborar com o Rotary no Brasil nesses aspectos?
Com a ajuda dos diretores das comissões e também por meio de editais foi possível, o que gerou um sentimento muito bom, não de missão cumprida, mas de que muito mais pode ser feito e refletido nos trabalhos. Acredito que o primeiro passo é o Rotary no Brasil estar aberto a mudanças, assim como o Rotaract está. Sei que pode ser difícil, mas o Rotary surgiu para sermos companheiros, sermos família e servir, e caso não acolhamos, escutemos e valorizemos as diferenças, suas contribuições e aprendizados, jamais estaremos seguindo o propósito do Rotary. Em segundo lugar, é ouvir os grupos que mais sofrem com a exclusão, pois só assim se compreende e traça metas e planejamento para atuação real e sustentável. Em terceiro, estabelecer e valorizar locais de fala. Por exemplo, que mulheres falem com mulheres, que não se trate de igualdade de gênero em publicações ocasionais e pontuais. É saber realmente as temáticas que são pertinentes e trabalhá-las. Quando se quer atrair e engajar as mulheres nos clubes, inseri-las em projetos, em funções rotárias, dar valor e relevância às suas vivências e a como veem o mundo. Além disso, que haja documentos institucionais que apoiem a inclusão. E, caso ocorra o descumprimento, ou a prática de pre- conceitos, a conscientização e a mudança procedimental precisam ocorrer da forma mais clara possível. Caso Rotary Clubs tenham dúvidas de como colocar essas ideias em ação, podem procurar o Rotaract de suas cidades, os representantes distritais ou a Rotaract Brasil, que, com certeza, terão material e experiência para partilhar e ajudar a encontrar a melhor forma de trazer a temática.
Daqui a um ano, quando seu período como presidente estiver concluído, quais mudanças gostaria de ver consolidadas? E como você espera que o Rotaract possa ser descrito?
Daqui a um ano, gostaria de ver nos Rotaract Clubs uma cultura de doação para a Fundação Rotária, participação maior em eventos internacionais, vários projetos e ações cadastradas no nosso portal e um profissionalismo crescente em nossos clubes, pois nossos rotaractianos são muito bons. Mas, com certeza, o que mais gostaria é que o Rotaract possa ser descrito como destaque em soluções do terceiro setor, inovação e no respeito para com os outros e a todos, sendo exemplo de fato do que é servir a todos que precisam.
* Entrevista: Renata Coré