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Considerações a respeito do lema Paz Através do Servir

out 26, 2012

Paz Através do Servir é o lema do presidente do Rotary International, o japonês Sakuji Tanaka. A tradução brasileira do original inglês Peace Through Service, optou pela palavra servir em vez de serviço. Qual seria a forma mais correta? Qual seria a melhor tradução? Ou seria indiferente?

Pessoalmente, creio existir uma sutil diferença entre os dois vocábulos, o servir e o serviço. Quero informar, entretanto que, não sendo especialista em filologia, minha opinião é leiga, destituída de embasamento teórico. Sei apenas que o emprego do infinitivo de um verbo como substantivo é bastante comum em nosso vernáculo: o sentir, o andar, o falar.

A substantivação do verbo servir representa ação, movimento, pois este verbo está sempre relacionado com fazer, ter, estar ou sentir. O servir, como substantivo, está mais ligado ao sujeito da ação, enquanto o serviço, também substantivo, está mais ligado ao objeto. Costumamos dizer que alguém presta um serviço, porém não podemos dizer que alguém presta um servir.

Quando eu digo “eu vou servir”, a conotação é diferente de quando eu digo “eu vou prestar um serviço”. O servir dá uma ideia de continuidade da ação que, vem do passado, se realiza no presente e se projeta para o futuro, o tempo todo, não importa onde, por meio de palavras, pensamentos, atos, gestos e atitudes. Por outro lado, se eu digo “eu presto serviço”, significa que naquele momento eu faço algo limitado no tempo. Prestar serviço é uma ação que tem começo e fim, o que não acontece com o servir, que tem uma abrangência muito maior.

Quando eu digo que presto certo serviço, significa dizer que ele é determinado, limitado, isolado e compartimentado e que, uma vez terminado, estou pronto para fazer outra coisa ou prestar outro serviço.

Enquanto o servir tem uma conotação dinâmica, o serviço tem uma conotação estática.

Por todas estas exposições de motivos, a tradução brasileira “Paz Através do Servir” quer dizer que a paz não é estabelecida como um objetivo final, como uma meta a ser buscada, a ser alcançada, nem tampouco um ideal ou uma utopia. A paz é algo que se constrói no dia a dia, num trabalho permanente e contínuo, é uma atitude individual, um modo de vida, uma filosofia, um comportamento, um relacionamento, uma convivência.

Como Gandhi nos ensinou: Não existe um caminho para a paz. A paz é o próprio caminho.

* O autor é Alberto Bittencourt, governador 2004-05 do distrito 4500 e Instrutor Distrital 2012-13

* Foto: Stock.XCHNG

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