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Como marcar o centenário da Fundação?

jun 13, 2017

Em 24 de outubro tivemos o Dia Mundial de Combate à Pólio, celebrado no Brasil com mais de 200 eventos registrados no site do Rotary. O trabalho dos coordenadores da iniciativa End Polio Now no Brasil, Marcelo Haick e Alberto Bittencourt, foi fundamental nesta promoção. O objetivo principal é destinar 20% da arrecadação para a pólio, na reta final do esforço de erradicação da doença. Como alguns sabem, neste ano tivemos 28 casos até o momento, e a notícia negativa que serve de alerta aos rotarianos é a recidiva na Nigéria, com quatro casos. Trata-se de um sinal evidente de que o monitoramento dos programas de vacinação não pode esmorecer, sob pena de ressuscitarmos a pólio em áreas até então consideradas livres da endemia.

O esforço concentrado na erradicação – que ainda consumirá 7 bilhões de dólares, sendo que 5,76 bilhões estão assegurados ou comprometidos – tem como objetivo iniciarmos 2017 sem casos de pólio relatados no mundo. Seria o presente máximo que a Fundação Rotária daria ao mundo, uma vez que será a segunda doença erradicada pela ação humana, após o anúncio da extinção da varíola em 1980.

A pólio é, portanto, o nosso foco primordial. No Brasil temos outras duas iniciativas no ano do centenário da Fundação Rotária, pois a celebração é importante, mas o trabalho no chão de fábrica produz resultados concretos, mensuráveis, dentro do espírito de avaliação empresarial que permeia o futuro do Rotary e da Fundação Rotária.

A primeira iniciativa é o programa de treinamento para montagem de projetos, que chamamos de Cadre. De origem militar, este termo foi adotado pela Fundação Rotária com a acepção de grupo de especialistas na redação de projetos, dentro das normas de sustentabilidade introduzidas pelo Plano Visão de Futuro. Nas andanças pelo Brasil, advoguei que os distritos brasileiros têm dinheiro no Fundo Distrital, as comunidades têm carências evidentes, mas falta a tecnologia para elaboração de projetos, bem como um roteiro para encontrar parceiros internacionais. O distrito 4420, a meu pedido e com a autorização do diretor do Rotary José Ubiracy, concordou em montar um seminário para elaboração de projetos baseado na experiência já implantada nesse distrito. O evento ocorre nos dias 2 e 3 deste mês, no Colégio Rio Branco, na cidade de São Paulo, um espaço gentilmente cedido pela Fundação de Rotarianos de São Paulo.

A segunda ação é buscar reproduzir no Brasil uma experiência de sucesso nos EUA: o Jantar de 1 Milhão de Dólares para a Fundação Rotária. Companheiros me dissuadiram da ideia de dólar, migrando para o Jantar de 1 Milhão de Reais. Que seja, desde que possamos nos concentrar num evento, em fase de negociação, para angariarmos a quantia em uma noite. A intenção é convidar não somente rotarianos, mas empresários influentes e conscientes de sua liderança social para participarem e contribuírem com o evento, conhecendo o trabalho da Fundação Rotária e adensando o nosso patrimônio de boa vontade e boas ações. Miramos no exemplo do empresário Jayme Garfinkel, sócio da Porto Seguro, membro da Sociedade Arch C. Klumph e doador de 480 mil dólares à Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF), por meio do programa Seguro Solidário. Mesmo não sendo rotariano, Jayme é exemplo de empresário com visão de retribuir à sociedade parcela do seu evidente sucesso empresarial.

Creio que esta seria a melhor forma de celebrarmos o centenário: trabalhando em projetos e aumentando a arrecadação. Eis uma forma objetiva de continuarmos a fazer o bem no mundo nos próximos cem anos.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

(Mensagem de dezembro de 2016)

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