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Caros companheiros rotarianos,

mai 17, 2017

O escritor inglês e piloto da Força Aérea Real Britânica, Roald Dahl, era também um ávido fotógrafo, sempre levando sua querida câmera Zeiss em suas aventuras. Mesmo naquela época, quando as fotografias tinham de ser reveladas laboriosamente, com o retoque manual em negativos de vidro ou em película, ele conseguiu acumular uma coletânea de centenas de imagens.

Anos depois, as mesmas fotografias serviram como um registro das suas viagens, uma maneira de documentar experiências vividas para serem compartilhadas com os outros. No entanto, ele sempre indicou que suas memórias eram muito mais vívidas do que as imagens refletidas nas fotografias. “Foram tantos os eventos e experiências”, ele afirmou, “que seria impossível captar tudo, pois não seriam adequadamente representados em imagens ou palavras”.

A língua pode fraquejar e a fotografia, desbotar. As mentes falham e os detalhes se esvaem. Porém, segundo Dahl, algumas experiências nunca se apagam. Elas continuam vivas em nossas mentes mesmo após décadas, como uma muralha de fogo. Elas se sobressaem para sempre na paisagem do nosso passado, dividindo nossas vidas em antes e depois delas.

Essa metáfora permaneceu comigo no decorrer deste último ano, quando viajava mundo afora a serviço do Rotary. Decididamente, todo este ano permaneceu indelével, como uma muralha de fogo em minha mente, dividindo a minha vida entre antes e depois.

Quando penso nos últimos 12 meses, vejo um brilhante caleidoscópio de imagens, despontando em cascata diante dos meus olhos, dia após dia, semana após semana. Os ansiosos pais em Chandigarh, na Índia, rodeando a cama de uma criança que se recuperava de uma cirurgia cardíaca que salvou a sua vida. As fulgurantes bandeiras do Nepal oscilando ao vento em um vilarejo reconstruído após um terremoto devastador. A sensação de estar maravilhado na praça de São Pedro, durante o Jubileu dos Rotarianos, celebrado pelo papa Francisco. Encontros ao redor do mundo, onde predominou o júbilo – tantos países, tantos idiomas – com amigos que ainda não conhecia, meus irmãos e irmãs no Rotary.

Ser presidente do Rotary é uma responsabilidade tão colossal que não pode ser realmente descrita apenas com palavras e imagens. Ela representa uma muralha de fogo, cujas labaredas estarão sempre acesas em minha memória – fagulhas que dançam com a luz e mudam conforme a sombra. Milhares de imagens, lembranças e emoções se intercalam em minha mente. Juntas, elas formam um magnífico mosaico que irradia o brilhante e glorioso trabalho realizado pelos rotarianos.

Conforme este ano rotário chega ao fim, sinto-me cada vez mais orgulhoso de fazer parte desta grande organização que enriquece o mundo, substitui o desespero pela esperança, dá ânimo aos oprimidos e é uma dádiva para tantos, permitindo que cada um de nós Seja Um Presente para o Mundo.

* O autor é K.R. Ravindran, presidente 2015-16 do Rotary International.

(Mensagem de junho de 2016)

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