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Uma nova normalidade

jun 1, 2020

Em 2008, o então governador do distrito 4760, Javert Vivian Silva, ao ser convidado para a mesa principal de uma reunião, escutou a indagação de um associado para o diretor de protocolo: “Quem mais vai para a mesa principal?”.

“Somente o governador do Rotary”, respondeu o diretor de protocolo. “Os normais ficam onde estão.”

No momento do seu discurso na tribuna, Javert se referiu a esse diálogo e perguntou: “Eu sou anormal?”

A pandemia de Covid-19 é uma tragédia que pegou o mundo de surpresa, deixando-nos perplexos. Cada um de nós se pergunta: “Quando voltaremos ao normal?”. Se a pandemia tivesse ocorrido no ano do centenário do Rotary, talvez não fôssemos capazes de visualizar o futuro da nossa organização. A fantástica evolução tecnológica, porém, nos mantém conectados e em ação. Agora é reinventar o Rotary.

A Fundação Rotária, consciente da necessidade de decisões imediatas, adotou reuniões virtuais, e o resultado tem sido surpreendente:

1) Em 2 de maio, foi realizado um teleton (maratona televisiva com o objetivo de arrecadação para causas sociais), a live Covid-19 #RotaryResponds, para o mundo inteiro e nos oito idiomas oficiais do Rotary. Em poucas horas, foram arrecadados 530 mil dólares, que possibilitarão a 21 distritos responder à pandemia e, assim, ajudar milhares de pessoas. A Fundação Rotária já disponibilizou 9 milhões de dólares em Subsídios Globais, além de 5 milhões de dólares em Subsídios para Assistência em Caso de Desastres, distribuídos aos distritos sem qualquer contrapartida.

2) Hoje os rotarianos podem ir diretamente ao Meu Rotary para fazer contribuições mensais de 30, 100, 300, 3.500 ou outro valor em reais. Basta preencher uma meia página em my.rotary.org/pt/disaster-response-fund.

3) Também como resposta à Covid-19, estão sendo aprovados rapidamente, em cerca de 20 dias, projetos de Subsídios Globais.

4) O valor mínimo de um Subsidio Global é de 30 mil dólares, e a Fundação Rotária está preparada para comparecer com valores de 15 mil a 400 mil dólares por projeto.

5) Por conta do confinamento social, a imunização da pólio teve uma pausa e, nos países endêmicos, os pais, temerosos, buscam os agentes de saúde para pedir o retorno da vacinação. Neste momento, os centros de monitoramento e os 150 mil agentes de saúde que trabalham pelo fim da poliomielite estão atuando no enfrentamento e na interrupção da transmissão da Covid-19. Mas não nos esquecemos do combate à pólio. Nos países em que as mulheres usam burca (que estão servindo também como proteção facial), por exemplo, estas recebem sabonetes com a mensagem: “Vamos juntos acabar com a pólio”. De fato, diante da pandemia, estamos constatando que a campanha End Polio Now, que é a nossa causa primeira, gerou uma forte conscientização nas famílias para a importância da vacinação.

Quando voltaremos ao normal? Talvez, sem com isso sermos anormais, a resposta seja: nunca. Subitamente, o relógio foi adiantado em vários anos e temos que reinventar o Rotary. Devemos nos conectar a cada dia para a construção de uma nova era da humanidade. Fica, entretanto, a certeza de que os rotarianos serão ainda mais solidários. Nós, certamente, teremos a capacidade de construir um novo normal para levar vida e esperança por meio da Fundação Rotaria – esta que nasceu para fazer o bem no mundo.

* O autor é Hipólito Ferreira, curador 2019-23 da Fundação Rotária.

hipolito@paineira.eng.br

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